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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Na matemática de Cingapura, devagar é que se aprende mais

The New York Times
Escolas americanas aderem à matemática de Cingapura Escolas americanas aderem à matemática de Cingapura (Creatas)
 
   E com a matemática de Cingapura, o ritmo pode ser acelerado na quarta e quinta séries, deixando as crianças um ano à frente de alunos de outros programas de matemática na compreensão de problemas complexos mais depressa
   Por décadas, os esforços para melhorar as habilidades matemáticas têm impulsionado as escolas a adotar um programa depois do outro. Na década de 60 houve a "nova matemática", cujo foco em teorias abstratas provocou um movimento de volta ao básico, com ênfase na aprendizagem de memória e exercícios. Depois disso veio a "reforma da matemática", que tinha como foco a compreensão da resolução de problemas conceituais e foi ridicularizada pelos críticos como a "nova nova matemática". O método escolhido desta vez nos Estados Unidos é a chamada matemática de Cingapura.
   Esse sistema tem como base o ritmo mais lento. O método é baseado no sistema nacional de Cingapura e tem como objetivo imitar o sucesso do país ao promover um entendimento profundo de números e conceitos matemáticos. Os estudantes de Cingapura repetidamente se classificam no topo dos exames de matemática desde meados da década de 1990.
   A matemática de Cingapura também poderia ser um modismo, mas seus partidários dizem que ela parece responder a uma das dificuldades do ensino de matemática: todas as crianças aprendem de maneira diferente. Em contraste com os programas mais comuns nos Estados Unidos, a matemática de Cingapura dedica mais tempo a menos temas para garantir que as crianças aprendam por meio de instruções detalhadas, perguntas, resolução de problemas e auxílio visuais e táteis, como blocos, cartas e gráficos. Idealmente, elas não avançam até que aprendam um tema completamente.
   Diretores e professores dizem que a desaceleração do processo de aprendizado oferece aos alunos uma base matemática sólida sobre a qual constroem competências cada vez mais complexas, o que torna menos provável que irão esquecer e ter de aprender de novo a mesma coisa em anos posteriores.
   E com a matemática de Cingapura, o ritmo pode ser acelerado na quarta e quinta séries, deixando as crianças um ano à frente de alunos de outros programas de matemática na compreensão de problemas complexos mais depressa.
   "Nosso velho programa, Matemática de Todo Dia, não faz isso", disse Danielle Santoro, diretora-assistente da escola pública 132 no Brooklin, que introduziu a matemática de Cingapura no ano passado para todos os 700 alunos, do jardim da infância à quinta série. "Um dia pode ser dinheiro, no dia seguinte tempo e você não volta a esses conceitos antes de uma semana."    O atrativo adicional da matemática de Cingapura é que passou ao largo da guerra da matemática do último meio século entre o método tradicional e a "reforma da matemática". De fato, a matemática de Cingapura costuma ser descrita por educadores e pais como um balanço entre os dois sistemas, ao fundir velhos algoritmos com representações visuais e pensamento crítico.
   A matemática de Cingapura foi desenvolvida pelo ministério da Educação do país há quase 30 anos, e as cartilhas são importadas pelos Estados Unidos há mais de uma década. Os primeiros a adotá-la foram pais que educam os filhos em casa e um pequeno número de escolas que ouviram falar do método pelo boca-a-boca.
   Hoje, ela pode ser encontrada em escolas de bairro como a 132, que atende principalmente crianças pobres e filhos de minorias, e em escolas de elite, como o Hunter College Elementary School – uma escola pública para crianças bem-nascidas em Manhattan –, e a Sidwell Friends School, em Washington, a escola privada onde as filhas do presidente Barack Obama estudam.
   Estados Unidos, informa que suas vendas chegam hoje a 1 500 escolas, o dobro em relação a 2008. O Matemática em Foco, da Houghton Mifflin, a edição americana de uma série popular de matemática em Cingapura, é utilizado em 120 distritos escolares e 60 escolas privadas, segundo os editores.
   Algumas pesquisas recentes sugerem que os estudantes que aprendem pelo método de Cingapura têm pontuação mais alta em exames padrão de matemática. Em relatórios, professores dizem que o método ajuda crianças pequenas a ter mais segurança em suas capacidades matemáticas. As autoridades educacionais ainda advertem que a matemática de Cingapura não é um método fácil nem barato. Em alguns distritos, há ceticismo de pais e professores sobre a importação de um programa estrangeiro. Os livros são diferentes das cartilhas americanas, com menos páginas e imagens coloridas e brilhantes e diagramas. As primeiras versões tinham referências ao curry e ao rambutan, uma fruta asiática.

Pesquisa realizada no site:
 http://veja.abril.com.br

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